A Loucura Acabou...

Pessoal, chegamos ao fim de mais uma campanha do grupo Oblivion RPG, que se extendeu aí desde o íncio do ano de 2008 e teve seu derradeiro - e terrível - final agora.

Agradeço a participação de nossos bravos e insanos investigadores:

Nathan Grey - Orlando
Ed Norton/Oswald Phillips - Haroldo
Harper Hailey - Gustavo
Charles Thadeus/Brian Mark - Julio
Mike Pierce/Steve Ray - Lucas
Nicholas Ross - Tiago "Lagarto"


Espero que tenhamos feito juz ao material incrível lançado pela Chaosium e surgido da mente insana de Lovecraft.

Cthulhu Fhtagn!

Leandro Novo
Keeper of the Arcane Lore

quarta-feira, 30 de julho de 2008

"In The Jaws of Dagon" - Chapter 22


(dos diários e anotações anônimas da Sociedade de Oswald & Grey, investigadores de Arkham, Nova Inglaterra)


- Ilha de Páscoa -


27 de junho de 1925


Void está morto e sim, ele era Miller. O Homem Negro desaparece e nos deixa para morrer nas mãos dos demônios-do-mar. Nosso destino sorri quando uma jovem - a mesma que nos alertou nas ruas daquela maldita vila - adentra o recinto com um amuleto nas mãos, afugentando as criaturas. Fugimos, de posse da Jóia e do Livro de Dagon. Norton fica intrigado, pois assim que recuperou o fôlego, ele comentou sobre Miller não ser o mesmo Void que vimos na altura do penhasco e que desapareceu nas águas: ele estava seco.


Ao chegarmos ao barco de Garrison, juntos de Marieta e Juliet, partimos. Uma tormenta se forma, assim como em nossa chegada, mas dessa vez, para o horror de todos, o próprio Dagon nos ataca, emergindo das águas como um leviatã infernal. Garrison é partido ao meio e o barco é quase destroçado por completo, mas graças à magia de Norton e à pontaria de Charles pudemos afastar o monstro e prosseguir viagem.


- Arkham, Nova Inglaterra -


05 de julho de 1925


Chegamos ao porto de Arkham. Todos estamos famintos e doentes por ficamos sujeitos ao clima do mar durante a viagem toda. Precisamos de descanço.


07 de julho de 1925


Fico feliz que Norton tenha cumprido sua promessa e realizado o ritual em Juliet. Marieta e sua filha permanecerão na mansão Grey como criadas, sob nossa proteção. Harper terminou a leitura do Necronomicon e as consequencias disso foram desastrosas; ameaçado, Steve Ray atira em Harper e a confusão toma a Sociedade, que se estabilizou graças ao esforço de todos para conter os dois.


Não sei o que isso irá acarretar para a Sociedade. Contudo, sei de nosso próximo destino, provavelmente onde terminaremos nossa cruel jornada: R'lyeh. Segundo os livros, podemos impedir o despertar do Grande Cthulhu com a Jóia de Ra' Anzul caso estivermos lá, na Cidade Morta...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

"Faceless Void" - Chapter 21

(dos diários e anotações anônimas da Sociedade de Oswald & Grey, investigadores de Arkham, Nova Inglaterra)

- Ilha de Páscoa -

27 de junho de 1925

Garrison chega com o anoitecer e não demora para conversarmos. No final ele acabou entendendo que, se não nos ajudasse a capturar a Jóia de Ra' Anzul e o Livro de Dagon, ele e sua família continuariam naquelas condições para sempre. Através dele, soubemos que a jóia possui ligação direta com R'lyeh e o Disco.

Não tínhamos tempo para rodeios. Juntos do capitão, traçamos um plano para matar aqueles desgraçados. A igreja da vila era uma fachada para um culto em seus subterrâneos. Explodiríamos tudo, invadimos o lugar e pegamos o que queremos. E assim foi feito.

Na calada da noite, nos embrenhamos na vila e colocamos barris de pólvora, providenciados por Garrison, em pontos estratégicos. A explosão foi estrondosa e atraiu, conforme planejado, os cultistas para fora da igreja, facilmente mortos por nós.

Invadimos aquele local de profanação. Em seus subterrâneos, encontramos câmaras e túneis inundados, que nos cobria até a cintura com água escura e salgada. Topamos com um ídolo de pedra, o deus-peixe Dagon, e um altar para possíveis sacrifícios humanos; encontramos também um calabouço, onde jovens - algumas ainda respiravam - eram mantidas em cativeiro, em péssimo estado, debilitadas. Não podíamos salvar ninguém, que Deus nos perdoe.

Seguindo adiante, começávamos a sair do que parecia ser um longo declive. Estávamos subindo acima do nível do mar. Então pudemos sentir a gélida brisa marítima. Haviam orações e um canto, vagaroso e sinistro, sendo entoado. Saímos a céu aberto e nos deparamos com Void - ou Miller, pois realmente possuem os mesmos adereços macabros - à beira de um penhasco liderando um aglomerado de habitantes da vila; em uma de suas mãos, uma espécie de cristal cilíndrico, uma lasca, de cor verde-escura. Penhasco abaixo, um paredão de rochas - para nossa surpresa, o mesmo que naufragamos à três noites - que recebía fortes ondas.

Essa era nossa chance mas acabamos perdendo-a. Efetuamos alguns disparos contra aquela multidão e Void se lançou nas águas, fugindo de nós. Frustrados voltamos para as câmaras e túneis, perseguidos pelos demônios-do-mar. Por sorte, estávamos com munição suficiente para enfrentar aquelas criaturas, além de que pudemos contar com um poderoso "gancho de direita" de Norton.

Foi então que topamos com Void, acompanhado do Homem Negro - o mesmo que vimos em Arkham ao lado de Miller. Void parecia concretizar a leitura de alguma espécie de ritual, segurando o Livro de Dagon entre as mandíbulas de sua mão deformada; em sua mão humana, a Jóia de Ra' Anzul.

O Homem Negro caminhou até nós. Ele falava nossa língua fluentemente e não demonstrou hostilidade. Ao invés disso, ele demonstrou estar apenas desfrutando de nossos tormentos, como um observador sádico. E ele nos incentivou a matar Void naquele momento, com um sorriso terrível no rosto.

Norton tomou a frente, enquanto o restante da Sociedade foi imobilizada pelos demônios-peixe. Segurando uma adaga ritual, Norton se prepara para cravar sua lâmina no homem conhecido como Void...que abriu os braços em meio a sua loucura cega, pronto para se sacrificar em pró de algo que ainda não nos demos conta...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

"Outsiders" - Chapter 20

(dos diários e anotações anônimas da Sociedade de Oswald & Grey, investigadores de Arkham, Nova Inglaterra)

- Ilha de Páscoa -

25 de junho de 1925

Logo ao amanhecer daquela maldita ilha, vagamos à esmo, procurando por algum sinal de civilização. Estávamos exaustos, famintos. O medo fazia a adrenalina correr em nossas veias e nos manter de pé, prosseguindo. Um pouco antes do ínicio da tarde, encontramos uma vila pesqueira. Mais parecia uma vila fantasma. Rumamos para uma taverna, decadente como o restante do local. Pagando nossa hospedagem com anéis e relógios, nos acomodamos em um dos quartos e o sono se abateu sobre todos nós.
No meio da noite, acordamos e decidimos sair para dar uma olhada nos arredores. Os habitantes dessa vila são estranhos e demonstram nitidamente que não possuem hospitalidade alguma. Muitos nos olham com desconfiança, enquanto outros nos encaram e dizem que não nos querem por lá. Nos chamam de "forasteiros" o tempo todo, com ódio. Somos visitas indesejadas. Nós interrogamos um mendigo bêbado e descobrimos que a vila possui uma religião exótica chamada "Ordem Esotérica de Dagon", o que nos chamou bastante atenção. Uma mulher nos aborda nas ruas e diz para sairmos daquele lugar enquanto podemos, nos indicando o norte da ilha. Seguimos seu conselho e acabamos encontrando justamente quem procurávamos, o Capitão Francis Garrison, que segundo a Universidade Miskatonic, iria nos trazer de volta à Arkham.

26 de junho de 1925

Garrison e sua esposa Marieta se mostraram um pouco mais receptivos à nós. Eles possuem uma filha, Julie. Apesar de tudo, Garrison parece esconder algo. Sabemos que ele faz negócios com os habitantes da vila, trazendo grãos, livros e outras mercadorias dos EUA. Logo pela manhã daquele dia, partimos em direção às estátuas de pedra, ao leste da costa, em busca de algum sinal dos Grandes Antigos ou vestígios de atividades suspeitas, na esperança de encontrar um rastro de Miller por ali.
A trilha foi longa e concluímos nossa jornada ao final da tarde. As estátuas possuem feições humanas e parecem olhar para algum ponto do oceano pacífico. "R'lyeh" sussurrava nosso companheiro Harper, em sua fixação. Com a chegada da escuridão, avistamos tochas em uma procissão que vinha na direção da praia. Nos escondemos em uma das grutas próximas e fomos testemunhas de algo aterrador.

Aquele grupo era de habitantes da vila. Entoando preces em uma língua desconhecida, eles fizeram sacrifícios humanos diante de nossos olhos e ainda acompanharam o nascimento de uma monstruosidade, um híbrido entre homem e peixe, do ventre de uma jovem em transe. Nas águas, pudemos ver que aquelas criaturas que nos atacaram no navio estavam presentes naquela cerimônia macabra.

27 de junho de 1925

Garrison havia saído pela manhã para tratar de seus negócios, o que nos deixou sozinhos com sua esposa e filha. Tomando medidas desesperadas, nós interrogamos Marieta. Para arrancar as informações que precisávamos, foi necessário ameaçar Julie para que a mulher abrisse a boca. Que Deus nos perdoe.
A confissão da mulher revela que os habitantes daquela ilha possuem relacionamentos diretos com os demônios-do-mar. Julie não é filha do capitão, mas sim fruto de um estupro que Marieta sofreu nas mãos deles!

Garrison, na verdade, vêm trazendo jovens mulheres de Arkham para procriarem com aqueles monstros; em troca, eles submetem Julie à um ritual a cada seis meses para que ela não se transforme em um deles. Descobrimos também que o homem segue ordens de Unkad Void, alguém que parece ter chego a alguns dias e fez encomendas que envolviam uma tal "Jóia de Ra' Anzul" e o Livro de Dagon. Suspeitamos que seja Miller, pelas descrições da mulher. Me recordo da noite em que vimos, ainda em Arkham, Miller e seus cultistas selvagens se reunindo com os demônios-do-mar às margens do Rio Miskatonic.

Tudo parece fazer sentido.

Nathan estabelece um acordo com a mulher, prometendo tirar sua família daquela situação em troca de ajuda, pois ela parece demonstrar bastante conhecimento sobre a ilha e seus costumes, inclusive sendo fluente na estranha língua usada por aquelas "coisas" e por alguns homens da vila.
Pelo visto, a Irmandade Negra que Miller - ou agora chamado "Void" - lidera, planeja algo muito grande nessa ilha, e além disso eles contavam com nossa chegada...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

"The Sea Devils" - Chapter 19

(dos diários e anotações anônimas da Sociedade de Oswald & Grey, investigadores de Arkham, Nova Inglaterra)

- Arkham, EUA -

12 de junho de 1925

Iremos partir para a Ilha de Páscoa dentro de uma semana. Nathan Grey conseguiu um novo acordo com a Universidade Miskatonic e um navio cargueiro irá nos dar uma "carona" até nosso novo destino. Desta vez iremos com o jovem Ray e um novo membro: Charles Thadeus, até então informante do falecido Sr.Oswald Phillips e Nathan, agora membro de nossa sociedade. Charles veio de Boston trazendo notícias sobre a "Irmandade Negra", um culto liderado pelo nosso velho conhecido Sr. Miller; temo que isso tenha tomado proporções terríveis a essa altura. Disposto a dar um fim à esse horror, o Sr. Thadeus veio à nós propondo uma aliança.

Não pudemos decifrar o Disco de R'lyeh ainda. Apenas poucas anotações foram feitas e analisadas. Enquanto estivermos fora, ele permanecerá trancafiado na renovada e reconstruída Mansão Grey.

- Oceano Pacífico, costa do Chile -

24 de junho de 1925

A viagem prosseguiu sem problemas até então, à bordo do grandioso Seline. Desfrutamos da hospitalidade do Capitão Luke Field e sua tripulação supersticiosa, porém amigável. Harper continuou aprofundado em seus estudos no Necronomicon e temo que logo ele completará seu objetivo, para a infelicidade de todos. Contudo, nosso destino chegaria com água salgada...e sangue.Por volta das dez da noite uma inesperada tormenta abateu sobre nosso navio. A Ilha de Páscoa estava próxima. Como fantasmas sedentos por sangue, criaturas cujas quais eu odeio recordar as feições saltaram no convés e começaram um selvagem ataque. Eu pude ver vísceras sendo brutalizadas; ossos sendo esmagados por mandíbulas de tubarão. Foi um festim sanguinário, orquestrado por forças malignas e primitivas.As criaturas eram híbridos horríveis entre homem e peixe. Os homens do Capitão mal puderam se defender, mesmo armados com rifles. A loucura e a morte subiu à bordo.Norton e Ray se salvaram graças à magia negra que aprenderam estudando o Liber Ivonis; o restante de nós contou apenas com a pontaria do Dr. Ross e de Thadeus.

Conseguimos matar algumas dessas...coisas...mas uma gigantesca onda, conjurada por bruxos igualmente monstruosos, abateu nosso imenso navio e o afundou impiedosamente. Perdemos todo o nosso equipamento e mantimentos e quase perdemos nossas vidas, se não fosse por um rochedo na costa da praia, que nos acolheu, abatidos e debilitados, porém vivos!

A noite seguiu fria e chuvosa. Que tenhamos força a partir de agora, naufragados nesse maldito lugar...nessa ilha de homens-peixe...